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Yehoshua HaMashiach



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Que é a verdade?

"Que é a verdade"?

Watchman Nee : Revista À Maturidade - Outono de 1982
Publicação: 21/12/2006

Como nós somos salvos?
"Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade" ?João 18:38 parteª
"Por que Lucas 15 usa três parábolas? Não teria sido uma suficiente?"
Em Lucas 15, encontramos três parábolas e todas têm ligação com a idéia de estar "perdido". A primeira parábola fala da ovelha perdida; a segunda, da moeda perdida, e a terceira do Filho perdido. Muitos dos que lêem este capitulo ficam espantados com o uso da palavra "Perdido" para indicar o pecador, e confusos quanto à razão porque o Senhor contou três parábolas ao invés de apenas uma. Entretanto, deveríamos saber que o propósito das parábolas contadas aqui pelo Senhor Jesus não é descrever o perdido ou a queda do homem. Sua ênfase está na maneira como Deus trata a alma perdida. Se Ele pretendesse falar apenas sobre o perdido, então é claro que uma parábola seria o suficiente. Mas, o Senhor enfatiza a maneira como Deus trata o perdido e, portanto, nenhuma delas pode ser omitida. O Deus Trino, Pai, Filho e Espírito Santo têm suas respectivas obras em relação ao perdido, estas três parábolas revelam de fato a obra tripla do Deus Trino.
A ordem destas três parábolas pode ser mudada? Não, pois o evangelho seria alterado se fizéssemos essa mudança, porque elas apresentam a ordem do plano da redenção de Deus. A primeira, fala da obra do Senhor Jesus como o Bom Pastor. João 10 nos fala que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. A seguir, o Senhor menciona a parábola da mulher que procurou diligentemente pela moeda perdida. O Bom Pastor procura sua ovelha perdida num lugar diferente daquele em que a mulher procura pela sua moeda. O Bom Pastor deixa sua casa para procurar a ovelha. E assim faz o Senhor Jesus, que deixou a casa do seu pai e veio ao mundo para procurar cada um de nós. A mulher não obstante, procura pela moeda perdida dentro de casa. Ela acende uma lâmpada, varre a casa e procura diligentemente pela moeda perdida. Vemos nós a ordem aqui?
O Senhor Jesus vem primeiramente realizar a redenção, depois o Espírito Santo nos ilumina por dentro para que possamos aceitar o que o Senhor Jesus já realizou. A Bíblia nos mostra duas maravilhosas dádivas de Deus, não apenas uma. Ele nos dá o Espírito Santo. Alguns pregadores cometem um sério engano pregando apenas a metade do Evangelho. Eles dizem simplesmente ao povo: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16); mas deixam de contar aquilo que o Senhor Jesus disse: "E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16). Deus não enviou somente o Senhor Jesus como o Bom Pastor, que vem e nos procura, mas também enviou o Espírito Santo para nos iluminar. Na primeira parábola, não há lâmpada, na segunda, há. A primeira parábola, fala da busca fora de casa; a segunda fala da busca dentro de casa. O Senhor Jesus, sai para fora de casa – o mundo – a fim de procurar a ovelha perdida. O Espírito Santo está na casa – dentro de nós – nos iluminando com a lâmpada e procurando diligentemente pela moeda. Mas, finalmente, a última parábola fala do pai que espera pela volta de seu Filho ao lar. Tendo o Salvador, vindo procurar, e o Espírito Santo, vindo buscar, (pois, o que o Senhor fez não é em vão, nem pode a obra do Espírito Santo ser infrutífera), Deus está agora em casa esperando que o Filho volte.
Se faltar uma das parábolas, a primeira, ou segunda, a terceira não terá sentido. Pois sem a vinda do Bom pastor para dar sua vida pelas ovelhas, a redenção não será concluída. E sem a luz do Espírito Santo, ninguém seria convencido do pecado, da justiça e do juízo. Conquanto algumas pessoas possam experimentar uma convicção parcial dos seus pecados, nenhuma pode verdadeiramente arrepender-se sem a iluminação do Espírito Santo. Se o Bom Pastor não der a sua vida pelas ovelhas, o Pai não pode receber o Filho pródigo quando ele volta para casa. A obra do Espírito Santo é baseada na morte de Senhor. Se o Senhor não morresse, o pai Celestial não poderia perdoar os pecados do homem, pois também Deus seria injusto. Apeguemo-nos ao fato de que o perdão de Deus é a justiça de Deus. Ele nos ama, mas seu amor vem através da sua justiça. De outra forma, Ele seria considerado injusto, por agir contra a sua natureza justa. Sem o derramamento de sangue não pode haver remissão de pecados. Se fosse possível receber perdão sem o sangue do Senhor derramado isso seria o mesmo que afirmar que não precisamos de um salvador.
Como nós somos salvos? Verdadeiramente nós pecamos, mas é igualmente verdade que o Senhor carregou os nossos pecados. Portanto, podemos aproximar-nos ousadamente de Deus e sermos aceitos. Se não temos um Salvador, nossa consciência nunca terá paz. Visto que o Senhor Jesus morreu e realizou a redenção, o Pai Celestial está agora esperando para nos receber. Devemos notar que quando o filho pródigo retornou ao lar, o pai não pronunciou uma palavra de culpa ou de exortação. Isto porque, o Salvador já realizou a redenção para ele, e o Espírito Santo também o iluminou, de modo que seus pecados são perdoados e lavados com sangue.
Mas nós também precisamos reconhecer a importância da segunda parábola. Mesmo que o Senhor Jesus como o Bom Pastor venha e morra, e o Pai Celestial esteja esperando em casa, o filho pródigo será ainda incapaz de retornar se não houver a iluminação do Espírito Santo. É o Espírito Santo quem o convence do pecado e do motivo porque ele não creu no Senhor antes. É o Espírito Santo que o convence da justiça, porque o Senhor já ressuscitou e foi assunto e aceito por Deus e assim mostra porque ele não recebe o Senhor Jesus. É o Espírito Santo quem demonstra a ele a questão do julgamento visto, Satanás já ter sido julgado, não sendo mais o dominador do homem e, portanto, pergunta por que ele ainda segue a Satanás. Todas estas obras são feitas pelo Espírito Santo. Por esta razão, nós precisamos prestar tanta atenção ao que o Espírito Santo fará, quanto à questão do crer no que o Senhor Jesus fez.
Algumas pessoas enfatizam o que o Espírito Santo fará, mas negligenciam a obra de Cristo, enquanto outras pessoas atentam ao que Cristo fez e se esquecem do que o Espírito Santo fará.
Aqueles cuja atenção se concentra unicamente no que Cristo fez, afirmação que, visto que Cristo morreu, ressuscitou e tem operado todas as coisas; ao guiar-nos à toda a verdade, o Espírito Santo simplesmente nos leva a conhecer os fatos da morte, ressurreição e glorificação de Cristo. Mas todos aqueles cujos interesses se voltam somente para o que o Espírito Santo vai fazer, afirmarão que com a obra especial do Espírito Santo em nós, temos uma experiência especial. Ambas as opiniões são falhas. Sabemos que o pássaro tem duas asas. Se uma delas for tosada, ele não pode voar. Estas duas classes de homens desejam tosar uma das asas da verdade de Deus. Se a atenção da pessoa estiver voltada unicamente para o que o Espírito Santo fará, falta-lhe fundamento ou base, porque a obra do Espírito só pode alicerçar-se na obra consumada de Cristo.
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos (2 Co 13.13). O coração de Deus é amor; é Deus quem inicia o plano para nos salvar. Mas amor é um sentimento interior. A sua expressão exterior é graça. Amor expresso é graça, e dentro da graça está o amor. A razão pela qual a graça do Senhor Jesus é mencionada em primeiro lugar no verso se deve ao fato da redenção ser realizada por Cristo. É Deus quem ama, e este amor conforme mostrado em Cristo, se torna graça. O Espírito Santo nos comunica aquilo que Cristo realizou, sendo então expressa a comunhão do Espírito Santo. O Espírito Santo de si mesmo nada tem para dar. Ele simplesmente nos comunica o que Cristo fez. Sem o Espírito Santo não podemos receber a graça do Senhor. Todavia, ninguém está capacitado para receber coisa alguma se desejar simplesmente o Espírito Santo e não aquilo que Cristo realizou. O cano tem a finalidade de conduzir água. Nem a água sem o cano, e nem o cano sem a água têm qualquer utilidade. Fica assim provado que as três parábolas de Lucas 15 não são simples repetições, pois mostram a ordem do plano da redenção de Deus. Cristo realiza a redenção, o Espírito Santo ilumina e Deus, o Pai nos recebe com Seu amor. A compreensão correta destas três parábolas permitirá que tenhamos uma vida cristã equilibrada.