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Yehoshua HaMashiach



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Saiba mais sobre o verdadeiro nome do filho Parte 2

TRADUÇÃO OU TRANSLITERAÇÃO?
Nomes próprios não se traduz?
Mas eles questionam essa "tradução", argumentando que nomes não se devem traduzir, mas sim transliterar. Lembrando que tradução é simplesmente a transposição de uma composição literária de uma língua para outra. Já a transliteração é a versão das letras de um texto em certa língua para as letras correspondentes de outra língua, isto é, fazer corresponder letras que tenham o mesmo som. Este procedimento é interessante e correto, e por vezes é utilizado nas traduções da Bíblia. Mas mesmo este argumento pode ser questionado. Por exemplo, não deveríamos chamar Deus de Deus, e sim de YHWH (como é que se pronuncia isso?), que é uma transliteração do tetragrama hebraico. A substituição por Adonay, porém, fez com que a pronúncia de YHWH se perdesse no tempo, e o que conhecemos hoje por Jeová é também uma tentativa de traduzir este vocábulo, mas não significa que está correto também. Neste ponto, muitos estão se perguntando qual seria a tradução correta do nome Yehôshua ou Yeshua para a língua portuguesa?
Na realidade nomes próprios "geralmente" não se traduzem, mas se translitera conforme a índole de cada língua. Os nomes Eva, David e outros que levam a letra w wav, "v" em hebraico aparecem como Eua, Dauid, nos textos gregos. No grego moderno a letra b beta b na antigüidade", hoje é v. Hoje se escreve Dabid para David e Eba para Eva..Não se traduz Bill Gates (do inglês) para Guilherme Portões em português. Também não se traduz Michael Jackson para Miguel Filho de Jacó. Também é errado simplesmente escrever um nome em português da forma como ouvimos em inglês: "Maicou Djéquisson", por exemplo, seria uma esquisitice sem tamanho! O nome deve ser mantido na forma como se escreve no original e, na medida do possível, deve-se manter a pronúncia da língua original.
Exceções à Regra
Então isto significa que quando formos escrever o nome do Salvador devemos simplesmente escrever Yeshuah? É lógico que não! Quando a língua original do nome próprio usar um conjunto de caracteres diferente do nosso, então se processa o que chamamos de transliteração. Transliteração como vimos acima é a "tradução" letra por letra (ou fonema por fonema) de um conjunto de caracteres para outro. Idiomas como o inglês, espanhol, francês e italiano usam o mesmo conjunto de caracteres que o português (A, B, C, D etc...), portanto não há transliteração entre palavras destes idiomas; mas idiomas como o hebraico, árabe, japonês e grego usam outros conjuntos de caracteres. Nestes casos utilizamos a transliteração para podermos representar em nosso conjunto de caracteres nomes próprios escritos originalmente em outro conjunto de caracteres. As regras de transliteração não são complicadas. Vamos tomar como exemplo o conjunto de caracteres gregos: a (alfa), ß (beta), ? (gama), d (delta), e assim por diante. Numa transliteração de nomes escritos com caracteres gregos, cada letra grega é substituída por uma letra do conjunto de caracteres latinos. Por exemplo, a letra a (alfa) seria transliterada para a letra "A", a letra ß (beta) seria transliterada para a letra B, e assim por diante.
Há nomes que permanecem inalteráveis em outras línguas, mas não são todos. Como já dissemos, nome próprio, geralmente não se traduz; mas às vezes, sim. E o nosso maior exemplo vem justamente da Bíblia Sagrada. Foi o que aconteceu com Simão, a quem Jesus disse: "O seu nome é Simão... de agora em diante o seu nome será Cefas (que quer dizer Pedro)" (João 1.42). Cefas é palavra aramaica que quer dizer "pedra". Pedro é em grego Petros, que quer dizer "pedra". E esse nome, resultado de tradução e não de transliteração, foi o que se tornou mais comum, e baseado nele foi que Jesus construiu o trocadilho registrado em Mateus 16.18.
Exemplos clássicos:
João - O nome "João", por exemplo é Yohanan, em hebraico; Ioannes, em grego; John, em inglês; Jean, em francês; Giovani, em italiano, Juan, em espanhol; Johannes, em alemão.
Jacó - Jacó, em hebraico é Yaakov; Iakobo (Tiago), em grego; Jacques, em francês; Giácomo, em italiano; Jacob, em inglês. Todavia, há nomes que mudam substancialmente de uma língua para outra.
Eliazar, em hebraico, é Lázaro em grego.
Elisabete é a forma hebraica do nome grego Isabel.
O argumento, portanto, de que todo nome deve ser preservado na forma original, em todas as línguas é inconsistente, sem apoio bíblico. Dai notamos que o nome "Jesus" é resultado da transliteração pura e simples do original grego Iesous (pronuncia-se Iesus), contradizendo a hipótese de que o nome "Jesus" originou-se através de uma tentativa mal intencionada dos papas de blasfemar do nome do Salvador. Para definitivamente remover qualquer dúvida sobre o assunto, basta consultar a versão Septuaginta (LXX), uma tradução do Velho Testamento feita por setenta (?) mestres judeus no segundo século antes de Cristo. Eles traduziram o Velho Testamento do hebraico para o grego a fim de atingir os judeus da dispersão. (Lembre-se que o grego era a língua mais falada no império Romano). Nesta versão o nome de Josué, que em hebraico se escreve Yehôshua" , ou em sua forma abreviada Yeshuah, foi transliterado para o grego exatamente da mesma forma que o nome de Jesus no Novo Testamento.
Trecho do Livro de Josué 1:10-12 na Septuaginta Os sábios judeus transliteraram a letra hebraica ? (shin) para a letra grega s (sigma). A transliteração de "shin" para "sigma" foi feita em outros casos. Veja a tabela abaixo:
NOME EM PORTUGUÊS NO HEBRAICO TRANSLITERAÇÃO NA LXX TRANSLITERAÇÃO PARA CARACTERES LATINOS
Esaú (`Esav) esan Esaú
Sete (Shen) shq Seth
Moisés (Mosheh) mwushs Moises
Isaías (Yeshayah) hsaias Esaias
Oséias (Howshea) wshe Hosee
É importante ressaltar que na transliteração de um conjunto de caracteres para outro, nem sempre a pronúncia original é mantida. Isto ocorre porque nem todos os fonemas de um idioma têm representação gráfica e podem ser devidamente pronunciados em outro idioma. Da análise destes fatos concluímos que a forma Iesus ou Jesus é totalmente adequada para nos referirmos ao nosso Salvador e nada há de blasfêmia colocada por Jerônimo. Até hoje existem palavras em português que não tem tradução em Inglês. Por exemplo as palavras: saudade, feijoada, brigadeiro, salgado, corte de carne etc...precisam ser parafraseadas em inglês.
Finalmente, o Movimento do Nome Yehoshuah tem uma antropologia distorcida. Na Bíblia, o nome é como um sinônimo da própria pessoa. A pessoa é o que é, e não deixa de o ser se seu nome for traduzido ou transliterado para outra língua. Saulo de Tarso não mudou quando foi chamado de Paulo. Simão não deixou de ser o que era quando foi chamado por Jesus de Pedro. Ademais, o nome Josué (equivalente hebraico do nome Jesus - o Novo Testamento grego não distingue entre Josué e Jesus) aparece como Jeshua cerca de 29 vezes nos livros de Crônicas, Esdras e Neemias (incluindo Ed 5.2 em aramaico), assim como Jehoshuah aparece cerca de doze vezes em Ageu e Zacarias. Muitas vezes esses dois nomes se referem à mesma pessoa, o filho de Jozadaque.

JERÔNIMO E O NOME DE JESUS
Foi Jerônimo quem introduziu o nome Jesus na Bíblia?
A citação de uma carta de Jerônimo ao papa Dâmaso temendo ser acusado futuramente de falsário por impetrar diversos acréscimos, mudanças e correções nas Escrituras é amplamente divulgado por este movimento a fim de provar que foi Jerônimo quem introduziu maldosamente um nome espúrio para o Filho de Deus nas Escrituras Sagradas. Contudo, citações fora de contexto histórico podem levar a conclusões apressadas e falsas. Tal nome só teria aparecido na Bíblia Vulgata, quando o Bispo Jerônimo, a pedido do papa Dâmaso, traduziu as Escrituras do grego para o latim. É bom saber que Jerônimo era trilingue, isto é, falava três línguas, o grego, o latim e o hebraico. Era um homem piedoso e de grande moral. Foi considerado o mais sábio e culto dos escritores eclesiásticos dos primeiros séculos.
Voltando a questão da carta, foi-me mostrado uma cópia dela, a qual fora extraída de um livro católico por um dos líderes deste movimento, a qual está em meu poder. Na verdade a carta revela o oposto do que insinua os adeptos deste movimento.
Eis algumas razões do porquê a acusação de que: 1) Jerônimo alterou as Escrituras e; 2) introduziu arbitrariamente o nome Jesus, é falsa:
1. É bom saber que antes de Jerônimo fazer a sua tradução para o latim conhecida como "Vulgata" (vulgar) com o sentido de ser "algo comum, corriqueiro ao povo", já existiam outras traduções feitas do grego para o latim. Bem antes do século II, já circulava no norte da África e na Europa, uma tradução do Antigo Testamento feita a partir da versão Septuaginta (grega) para o latim, conhecida como "Antiga Latina".
Em se tratando do Novo Testamento, existiam três textos diferentes da Antiga Vulgata que os cristãos usavam. O texto africano [códice Bobiense (k)] usado por Tertuliano e Cipriano; o texto europeu [códice Vercelense (a) e códice Veronense (b)],usado por Ireneu e Novaciano e o texto itálico usado por Agostinho, se bem que o último é considerado mais uma referência à vulgata de Jerônimo, restando então dois textos diferentes da Antiga Vulgata para o Novo Testamento. Portanto, o nome do Salvador em sua forma latina (Jesus), já estava em circulação bem antes de Jerônimo fazer sua tradução. Só este fato já basta para desmascarar essa falsa acusação de que Jerônimo introduziu um suposto nome pagão na Bíblia.
2. O que na verdade Jerônimo fez, e isto já explicamos em tópicos anteriores e tornaremos explicar aqui, foi apenas uma transliteração natural de uma língua para outra (no caso do AT), à semelhança do que foi feito com muitas outras palavras. Já o Novo Testamento foi usado versões latinas e gregas para sua revisão.
3. O Antigo Testamento da Vulgata Latina foi feito diretamente do original hebraico com exceção dos Salmos. Para isso Jerônimo se recolheu em Antioquia e posteriormente num monastério em Belém onde aprendeu hebraico com rabinos Judeus. É óbvio que se Jerônimo estivesse usando de má fé, nunca ele iria se dar ao trabalho de viajar até Israel e aprender hebraico (uma das línguas mais difíceis do oriente) para fazer algumas simples "falsificações" como, por exemplo, supostamente mudar o nome do Messias de Yehôshuah para Jesus! Ele não precisaria disso! Bastaria ficar em Roma e alterar os textos. Todo esse esforço não faz sentido. Não se encaixa na história mal contada dos adeptos do nome Yehôshuah.
4. A razão de uma nova versão, não era para introduzir erros, falsificações, adições ou omissões nas Escrituras. Pelo contrário, Dâmaso queria justamente corrigir todas estas coisas. É que na época existiam várias traduções livres da Septuaginta para o latim, por vezes tais traduções deixavam muito a desejar. Damaso queria uma versão pura. Este foi o intento de Jerônimo: produzir uma versão o mais próximo possível dos originais, que desse segurança para a Igreja e corrigisse as muitas cópias "amadoras", feita às pressas, por pessoas semi-profissionais que davam margem a erros doutrinários.
5. Outra razão para isso também era as muitas heresias que estava se infiltrando na igreja. Cada grupo herético baseava suas falsas doutrinas em traduções falsificadas e cânones espúrios, tais como: os marcionitas, maniqueus, montanitas e arianos. Uma versão oficial das Escrituras era necessária naquelas circunstâncias.
6. Quando alguns oponentes de Jerônimo descobriram que ele havia feito uma tradução diretamente do original hebraico, acusaram-no de judaizar (introduzir costumes e doutrinas judias entre os cristãos). Isso porque, todas as demais autoridades eclesiásticas importantes da época acreditavam que a tradução teria de ser feita diretamente da Septuaginta, a Bíblia que os apóstolos usaram. Acreditavam que ela era tão inspirada quanto os originais hebraicos do AT. Entre estes críticos ferozes estava Santo Agostinho, bispo de Hipona que defendia esta idéia.
Por isso é que encontramos nesta carta, trechos onde Jerônimo se queixa a Dâmaso:
Pois qual será o douto - ou igualmente o indouto - que, havendo tomado nas mãos o volume e percebido que o que aí vai lendo é de sabor diferente daquele a que uma vez se habituou para sempre, não há de prorromper em imediato protesto, gritando que eu, falsário, sou um sacrílego cuja ousadia chega a ponto de em livros tradicionais fazer acréscimos, mudanças, correções!?
Este lamento de Jerônimo tem razão no fato de que muitos não queriam corrigir o texto latino das Escrituras existente. Um nova tradução seria considerada uma perversão. Daí a censura de Jerônimo:
Como compensação à acrimônia (aspereza) que assim me atinge, dois motivos tenho de consolo: por um lado, que a ordem de execução (desse trabalho) vem de ti, que és o sumo sacerdote, e, por outro, que são os próprios maldizentes a dar testemunho confirmatório de que aquilo que varia não é verdadeiro. Pois se é ao teor dos textos latinos que se deve prestar fé, digam-nos então a qual deles: são tantos quantos os próprios códices! Se ao contrário é para procurar a verdade (eruindo-a da comparação) de mais exemplares, então por que não remontamos ao original grego e corrigimos aquilo que (no latim) foi em má forma posto em circulação por tradutores sem correção ou "emendado" para pior por palpiteiros incompetentes ou aditado ou trocado por copistas sonolentos?
Perceba que Jerônimo neste desabafo nos mostra duas coisas:
Primeira, que a acusação contra ele de falsificar o texto era procedente de uma tradição em permanecer com os antigos textos latinos e por também ter traduzido o texto do AT direto do original e não da Septuaginta como eram as traduções da Antiga Latina.
Segundo, a menção de que somente o original grego era o mais adequado para se chegar a verdade rui por terra outra falsificação levantada pelos adeptos deste movimento, a saber, de que o Novo Testamento foi escrito em hebraico e não em grego. E também porque ele sabia que os manuscritos gregos traziam Iesous perfeitamente traduzido em latim por Iesu e não Yehôshuah como quer este movimento.
Isto posto, concluí-mos que a acusação de que Jerônimo falsificou a Bíblia Sagrada para introduzir o nome Jesus está perfeitamente respondida nos tópicos acima, ou seja, as acusações que Jerônimo se reporta na carta não tem nada a ver com a suposta mudança do nome do Messias mas com a sua tradução em si. Na verdade, Jerônimo, acusa de falsificação outros como Luciano e Hesíquio que mecharam e modificaram os textos bíblicos.
Quanto aos defensores do nome Yehoshuah, pedimos a eles que não mais deturpem os relatos históricos em causa própria, pois além de não ser nada ético, reflete incompetência exegética em história.